Tarde de ararinhas cantantes,
Solfejando teus brandidos trinares,
No verde entremeado da copa protetora.
Tarde de vôos rasantes;
De casais em cortejo alinhares,
Dando leve graça à sincronia motora.
Tarde de gorjeios e cantos de chamada,
De anúncio em busca da amada,
Da procura pela nova enamorada.
Alçam vôo apaixonado rumo oeste,
Onde o belo pôr do sol se veste
De brancas nuvens emoldurando tua luz agreste.
Cada qual com teu canto e no teu canto,
Busca no par o delicioso encanto,
Que torna para ti, teu manto.
A Carnaúba é o abrigo no entardecer,
Onde o bando aninha a se proteger,
Neste baile da vida e do sobreviver.