segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Primavera!

Ante a letargia do inverno,
Numa espera paciente,
A flora hiberna.

O Trópico de Capricórnio recipiente,
De repente,
Acarinha o sol que se faz presente.

Com um toque sublime e quente,
Intensamente,
A magia dá o rebento à semente.

As águas que do céu chegam,
Cheia de bençãos, vidas florescem.
Com amena temperatura aconchegam,
As abundantes espécies que crescem.

A Natureza responde exuberante;
Com múltiplas cores, formas e olores.
Viventes, na delicadeza de um beijo ardente,
Amantes acolhem e fecundam esplendores.

Com tons e versos verdejantes,
Cria-se vida altiva,
A envolver-nos em poesia viva...

Ahhhh! A vida.
Desfrutar múltiplos sons em harmonia,
Pólens em carreatas majestosas,
Encantada felicidade anuncia.

Ahhhh! A vida.
O milagre acontece a cada detalhe,
Cativa o espírito que se deleita,
Fita o explendor em cada entalhe.

No seu rebento único, 
Múltiplo,
Saboreamos o fruto da vida.

O verde em fotossíntese,
Energia,
Renova o oxigênio da lida.

Assim o jardim se refestela,
Extasia-se,
De flores, frutos e olores.

Chegou a Primavera.
Intensamente viva,
Todos os seus sensores.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Criança Livre

O Super estava tranquilo.
Carrinhos poucos e corredores múltiplos...

A pressa me fez lembrar nossos passeios preguiçosos;
Nas tardes, quase noites de dias de feira.
Mas era Domingo.

Diferente das outras vezes,
Estavam eu e o carrinho...
O carrinho e eu.
Às vezes sendo puxado,
Às vezes, empurrado...

Empurrado pelas lembranças,
Puxado pela esperança.
Devaneios de adulto criança...
Caminhos entremeados em trança.

Escolhi o saco de carvão.
Dez quilos seria o suficiente para o fogarel.
Carne e Azeite numa ponta,
Pão noutra e algo mais que faltava.
O chocolate pra fechar a oitava.

Não me vi quando nesta jornada,
Entre o carvão e o Azeite,
As rolemãs ganharam velocidade.
Lembra?

Sem acompanhar minha caminhada,
Deixei que a Criança desse o deleite...
Voei junto com a irracionalidade.

kkkk!

De lá para o pão, um trisco.
Do pão pro chocolate, outro risco.
Olhares fuzilantes dispararam.
Na quietude do espanto não me barraram.

Estava feito o inusitado.
Pra chegar no caixa, outro estado.
Eu sorria por dentro e pagava o adulto.

A caixa? Mantinha um olhar abestado...
Sorria!!!

Rapidinho!
Colhi o furo da nota na conferencia,
Solicitei ao dito a gentileza da entrega,
Mas na força do cargo deu dispensa.

Zulei!
Zuliiiii..
ihhhhh!
Estava eu a caminho,
Estavam eu e o carrinho,
O carrinho e eu;
Tomando velocidade no pátio,
Até chegar ao destino.



Zulei..,
kkkkkk
Zuliiiiii... rsrs...
E pra parar?
Derrapei em curva até estacionar.
Bem rente à trazeira do descarregar.

Tornei-me mestre na direção de carrinho de super.

Lembrei da cor de meus cabelos...
Meu sorriso se abriu...

A lembrança voltou...
Quando te empurrando pelo estacionamento...
Teu semblante e sorriso eram só encantamento.

Ali,
Todos ao redor em lamento,
Sem entenderem o acontecimento.
Questionavam-se!

Por não terem este desprendimento,
De mesmo adultos se tornarem crianças,
Criança LIVRE, com sentimentos...
Nem que seja por algum momento.

Colhi toda a mercadoria;
Agradeci às rolemãs pelo passeio,
Bati a tampa da mala que ia,
E embora fui pelo mesmo veio.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

1º Ano de Minha Mãe

Só o tempo para nos amainar a dor da perda.


A perda, nos traz nos traz a descrença.
A descrença? O vazio.
Que nos traz a solidão.

Pra suprir a solidão, buscamos a Palavra!
Que vem com a fé. Com a crença.
Nasce então a avença.
Que por sua vez nutre a resiliência.
Algo que nos faz mais forte.

Entendemos então que a morte!
Faz parte da natureza humana.
Mas não da Divina.

Entendemos que a vida!
Prospera em luz e energia...
Numa dimensão que ainda não compreendemos,
Mas existe!

A Espiritual!
A verdadeira vida é essa.
A terrena!
É uma ilusão que passa.