quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Criança Livre

O Super estava tranquilo.
Carrinhos poucos e corredores múltiplos...

A pressa me fez lembrar nossos passeios preguiçosos;
Nas tardes, quase noites de dias de feira.
Mas era Domingo.

Diferente das outras vezes,
Estavam eu e o carrinho...
O carrinho e eu.
Às vezes sendo puxado,
Às vezes, empurrado...

Empurrado pelas lembranças,
Puxado pela esperança.
Devaneios de adulto criança...
Caminhos entremeados em trança.

Escolhi o saco de carvão.
Dez quilos seria o suficiente para o fogarel.
Carne e Azeite numa ponta,
Pão noutra e algo mais que faltava.
O chocolate pra fechar a oitava.

Não me vi quando nesta jornada,
Entre o carvão e o Azeite,
As rolemãs ganharam velocidade.
Lembra?

Sem acompanhar minha caminhada,
Deixei que a Criança desse o deleite...
Voei junto com a irracionalidade.

kkkk!

De lá para o pão, um trisco.
Do pão pro chocolate, outro risco.
Olhares fuzilantes dispararam.
Na quietude do espanto não me barraram.

Estava feito o inusitado.
Pra chegar no caixa, outro estado.
Eu sorria por dentro e pagava o adulto.

A caixa? Mantinha um olhar abestado...
Sorria!!!

Rapidinho!
Colhi o furo da nota na conferencia,
Solicitei ao dito a gentileza da entrega,
Mas na força do cargo deu dispensa.

Zulei!
Zuliiiii..
ihhhhh!
Estava eu a caminho,
Estavam eu e o carrinho,
O carrinho e eu;
Tomando velocidade no pátio,
Até chegar ao destino.



Zulei..,
kkkkkk
Zuliiiiii... rsrs...
E pra parar?
Derrapei em curva até estacionar.
Bem rente à trazeira do descarregar.

Tornei-me mestre na direção de carrinho de super.

Lembrei da cor de meus cabelos...
Meu sorriso se abriu...

A lembrança voltou...
Quando te empurrando pelo estacionamento...
Teu semblante e sorriso eram só encantamento.

Ali,
Todos ao redor em lamento,
Sem entenderem o acontecimento.
Questionavam-se!

Por não terem este desprendimento,
De mesmo adultos se tornarem crianças,
Criança LIVRE, com sentimentos...
Nem que seja por algum momento.

Colhi toda a mercadoria;
Agradeci às rolemãs pelo passeio,
Bati a tampa da mala que ia,
E embora fui pelo mesmo veio.