quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Abre a Porteira



Abre a porteira
Que eu to entrando,
Eu to chegando
Do estradão,
Eu to voltando
Da grande cidade,
Vim matá saudade
Do meu sertão...

Da mata verde,
Manga e goiaba,
Laranja que mata  a minha sede,
Rever e dar um abraço nos amigos,
Que me esperam aflitos
Pela novidade.

Na cachoeira,
Quanta beleza;
Com a água clara
Que vem da fonte.
Banha meu corpo
Lava a minha alma
De toda maldade
Quem vem da cidade...

E no baião eu pego uma velocidade,
Eu tenho aqui o que não tenho na cidade,
O vento puro que refresca o meu rosto
Isso sim é que dá gosto,
Tenho toda liberdade...

Pela campina o galope tem vontade,
De ser eterno como a felicidade,
Mas tal e qual o galope tem o seu fim
E eu volto só de trote
Pra sede que já é tarde...

Na cachoeira,
Quanta beleza;
Com a água clara
Que vem da fonte.
Banha meu corpo
Lava a minha alma
De toda maldade
Quem vem da cidade...

E nos braços do meu amor.
Vemos o sol lá no poente,
No aconchego manso dessa rede
Recupero a minha força na beleza dessa gente.
Donaldo Santos Junior –29 de setembro de 1995